Você já se pegou perdendo a paciência e, sem querer, acabou descontando a raiva nos seus filhos? Pois é… isso acontece mais do que você imagina. E sabe de uma coisa? Não é porque você não ama seus filhos ou porque é uma “má mãe” ou um “mau pai”. Nada disso.
O que acontece é que, muitas vezes, a rotina, o cansaço e os problemas acumulados fazem a gente explodir no momento errado.
Só que, apesar de ser comum, esse comportamento pode machucar não só os pequenos, mas também você, que fica com aquele peso no coração depois.
Aqui, quero conversar com você sobre isso de forma simples e sem julgamentos. A ideia é entender por que isso acontece, quais são os efeitos para as crianças e, principalmente, como você pode lidar melhor com esses momentos.
Porque sim, é possível mudar essa realidade e criar um ambiente mais leve dentro de casa.
Por que os pais acabam descontando a raiva nos filhos?
Olha, antes de qualquer coisa, é importante você saber: isso acontece com muitos pais e mães. E não, não significa que você não ame seus filhos. Na verdade, na maioria das vezes, esse “desconto” vem de algo que você já está carregando há muito tempo.
Pensa comigo: a correria do dia a dia, contas para pagar, pressões no trabalho, falta de sono, preocupações com o futuro… tudo isso vai se acumulando dentro da gente.
E quando não conseguimos dar uma saída saudável para esse estresse, ele acaba explodindo no lugar mais “fácil”: em quem está por perto. E adivinha quem está sempre por perto? Os filhos.
As crianças são como uma esponja, estão ali no convívio diário, pedindo atenção, energia, cuidado. E quando você já está no limite, até uma coisa pequena como um brinquedo jogado no chão ou uma birra, pode parecer enorme.
É nesse momento que a raiva, que na verdade não é deles, sai em forma de grito, impaciência ou até em palavras duras.
O ponto é: não é falta de amor, é falta de controle emocional no calor do momento. E isso não te faz um pai ou mãe ruim, mas mostra que você precisa cuidar de si mesmo também. Porque só quando você está bem, consegue transmitir calma e paciência para os seus filhos.
Quais são os impactos para a criança?
Sabe aquele ditado que diz que “as palavras têm poder”? Pois é, com as crianças isso é ainda mais forte.
Quando um pai ou uma mãe desconta a raiva nelas, mesmo sem querer, a mensagem que chega não é só o grito ou a bronca em si.
O que fica no coração da criança é um peso: medo, insegurança e, muitas vezes, a ideia de que ela fez algo terrível, mesmo que não tenha feito.
Com o tempo, esse tipo de situação pode deixar marcas. Algumas crianças acabam ficando mais caladas, retraídas, com medo de errar.
Outras podem reagir de forma contrária, ficando mais agressivas, respondendo mal, ou até repetindo o mesmo comportamento quando se sentem nervosas. Afinal, elas aprendem observando.
E tem um detalhe importante: a autoestima. Quando a criança cresce ouvindo palavras duras ou sentindo que é “culpada” pela raiva dos pais, ela pode acreditar que não é boa o suficiente. Isso não é o que você quer para seu filho, certo?
Por isso, perceber os impactos não é para aumentar a sua culpa, mas para acender um alerta: quanto antes você muda a forma de reagir, mais você protege o emocional do seu filho.
Saiba o que fazer se você estiver pegando raiva dos seus filhos!
Como identificar que você está descontando raiva nos filhos?
Muitas vezes a gente nem percebe que está descontando a raiva nos filhos. Parece “só um desabafo”, mas na prática pode ser mais sério. Então, como saber se isso está acontecendo?
Tom de voz
Um dos sinais mais comuns é o tom de voz. Se você se pega gritando ou levantando a voz com frequência, mesmo em situações simples, é um alerta.
Falta de paciência
Outro ponto é a falta de paciência. Sabe quando qualquer coisa vira motivo para explodir? Um copo derramado, um brinquedo fora do lugar, uma pergunta repetida… tudo isso já é o suficiente para tirar você do sério.
Observar a reação dos filhos
Também vale observar as reações dos seus filhos. Se eles ficam assustados, se encolhem ou até evitam falar com você em alguns momentos, pode ser um sinal de que a sua raiva está deixando marcas.
Sensação de estar sempre se sentindo culpada(o)
E claro, o que você sente depois. Aquela sensação de culpa, arrependimento e o pensamento: “não precisava ter feito isso”. Esse peso é um dos maiores indicativos de que a raiva não foi para a situação em si, mas acabou sobrando para eles.
Perceber esses sinais é o primeiro passo para mudar. Não é sobre se culpar, mas sobre reconhecer e encontrar formas melhores de lidar com esses momentos.
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Estratégias para controlar a raiva antes de afetar os filhos
A raiva em si não é o problema. Todo mundo sente. O que realmente importa é o que você faz com ela. E, quando se trata dos filhos, é ainda mais essencial aprender a segurar esse impulso.
Aqui vão algumas estratégias simples e que funcionam:
Respire fundo
Parece básico, mas ajuda muito. Se sentir que vai explodir, saia do ambiente por alguns minutos. Vá até outro cômodo, conte até 10, respire fundo. Esse pequeno tempo pode ser suficiente para evitar um grito ou uma palavra dura.
Dê uma saída para a energia da raiva
Movimente o corpo. Pode ser uma caminhada rápida, uma corrida, uma dança ou até socar uma almofada. O corpo precisa liberar essa energia de forma saudável, e não em cima das crianças.
Crie pequenas pausas no dia
Quando a rotina é corrida, o estresse acumula. Então, separe momentos só para você, mesmo que curtos. Pode ser tomar um café tranquilo, ouvir uma música que gosta ou fazer um alongamento. Essas pausas evitam que a pressão se acumule até estourar.
Converse com alguém de confiança
Às vezes, só falar sobre o que está incomodando já diminui a intensidade da raiva. Pode ser com o parceiro, um amigo ou até escrever num papel o que está sentindo.
Cuide do básico: sono, alimentação e descanso
Quando você está esgotado, qualquer faísca vira incêndio. Se alimentar bem, dormir melhor e reservar um tempinho para descansar não é luxo, é necessidade.
O mais importante é lembrar: não existe perfeição na criação dos filhos, mas existem escolhas. E cada vez que você consegue segurar a raiva, está escolhendo proteger e fortalecer o vínculo com eles.
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Como reparar quando já houve um episódio de raiva
Se você já perdeu o controle e acabou descontando nos seus filhos, eu quero que você saiba uma coisa: ainda dá para reparar.
E esse passo é muito importante, porque mostra para a criança que, mesmo quando erramos, podemos aprender e fazer diferente.
Peça desculpas
Sim, simples assim. Fale para o seu filho que você exagerou, que não foi justo e que sente muito. Isso não tira a sua autoridade como pai ou mãe, pelo contrário: mostra que você também é humano e que reconhece seus erros.
Explique de forma clara
Diga que a raiva não foi por causa dele, mas que você estava cansado, preocupado ou irritado com outra coisa. É importante que a criança não carregue a culpa por algo que não era dela.
Mostre amor logo em seguida
Um abraço, um carinho, uma palavra de afeto… esses gestos reforçam que, apesar do momento de raiva, o amor continua ali, firme e forte.
Transforme o episódio em aprendizado
Você pode aproveitar a situação para ensinar algo valioso: que todo mundo sente raiva, mas que existem formas melhores de lidar com ela. Assim, você ensina pelo exemplo.
O que realmente importa não é ser perfeito o tempo todo, mas mostrar aos seus filhos que mesmo nas falhas existe espaço para o amor, o perdão e o recomeço.
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Como buscar ajuda e apoio
Sabe aquela frase “é preciso uma aldeia para criar uma criança”? Pois é, ela faz todo sentido. A criação dos filhos não precisa, e nem deve, ser um peso carregado sozinho.
Converse com pessoas de confiança
Um amigo próximo, um familiar ou até outro pai ou mãe que passa por situações parecidas. Falar alivia o coração e ajuda a enxergar que você não é o único nessa jornada.
Procure grupos de apoio parental
Hoje em dia existem comunidades, presenciais e online, onde pais e mães compartilham experiências, desafios e soluções. Estar em contato com quem vive a mesma realidade pode trazer muito aprendizado.
Considere ajuda profissional
Não existe vergonha nenhuma em procurar um psicólogo ou um programa de orientação parental. Pelo contrário: é um sinal de força. Esse tipo de apoio pode transformar a forma como você lida com a raiva e com a rotina.
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Invista em autocuidado
Buscar apoio também significa cuidar de si mesmo. Às vezes, pequenas mudanças na rotina já ajudam: praticar um hobby, se exercitar, ter momentos só seus. Quanto mais você se fortalece, mais preparado estará para lidar com os desafios da paternidade ou maternidade.
No fim das contas, pedir ajuda não é sinal de fraqueza. É um ato de amor por você e, principalmente, pelos seus filhos.
Orientação Parental: um caminho para transformar a relação com seus filhos
Se você sente que precisa de mais apoio nessa jornada, saiba que não está sozinho(a). A minha mentoria de orientação parental foi criada exatamente para ajudar pais e mães a encontrarem equilíbrio, aprenderem a lidar com os desafios emocionais e criarem um ambiente mais leve dentro de casa.
Aqui você vai aprender estratégias práticas para controlar a raiva, melhorar a comunicação e fortalecer o vínculo com seus filhos.
Tudo em um espaço seguro, sem julgamentos, onde você pode compartilhar suas dificuldades e encontrar novas formas de transformar sua rotina.
Se você deseja dar esse próximo passo e viver uma relação mais saudável e amorosa com seus filhos, essa é a oportunidade.
Conclusão
Descontar a raiva nos filhos não define quem você é como pai ou mãe. O que realmente importa é o que você faz a partir de agora. Reconhecer esse comportamento já é um passo enorme, porque mostra que você se preocupa e quer mudar.
Lembre-se: ninguém é perfeito. Todos nós erramos, nos perdemos em meio à correria e, às vezes, deixamos o estresse falar mais alto.
Mas também é verdade que sempre existe espaço para melhorar, pedir desculpas, reparar e aprender novas formas de lidar com as emoções.

