Eu não consigo ter paciência com a minha filha: como mudar?

mãe que aos poucos está perdendo a paciência com a sua filha

Sabe aquela sensação sufocante de culpa e tristeza que surge quando você se vê perdendo a paciência com a sua filha? Eu sei. É doloroso, frustrante e te faz questionar tudo. Se isso ressoa com você, respire fundo: você não está sozinha

A maternidade real, aquela vivida no dia a dia, é um universo muito diferente das imagens idealizadas que vemos por aí. 

Nossos dias são repletos de responsabilidades, cobranças incessantes e, muitas vezes, uma solidão profunda. E nesse cenário, a paciência, até mesmo com quem mais amamos,  nossos filhos é testada e desafiada a cada minuto.

Este conteúdo é para te ajudar a entender de onde vem essa falta de paciência, mostrar que esse sentimento é comum e te ensinar caminhos reais para melhorar a relação com a sua filha sem culpas e sem julgamentos. Vamos juntas?

Por que é difícil ter paciência com os filhos?

A verdade é só uma: Ninguém nasce sabendo ser mãe.  E, para sermos honestas, a maternidade exige de nós muito mais do que jamais poderíamos imaginar antes de vivê-la.

É uma entrega constante que, por vezes, nos leva ao limite físico e emocional.

Noites mal dormidas que se acumulam por meses (e anos!), uma rotina que parece nunca ter fim, as intermináveis cobranças internas, que vêm daquele ideal de mãe perfeita, e externas, da sociedade que nos cerca. 

Tudo isso, somado, afeta profundamente nosso emocional e nosso corpo.

Se imagina funcionando com a bateria no vermelho: cansadas, esgotadas, sem um minuto sequer para nós mesmas e sobrecarregadas com o peso do mundo, qualquer pequeno comportamento da criança, por mais inocente que seja, pode ser o gatilho para uma explosão que nos pega de surpresa.

Mas não confunda: perder a paciência não significa que você ama menos sua filha ou que está falhando como mãe.

Longe disso!  Significa apenas que você é humana e que seu corpo e mente estão pedindo atenção.

Leia também: Ser mãe não é fácil!

Efeitos da impaciência na relação mãe e filha

Quando a paciência se esgota, aquela sensação de descontrole pode deixar marcas. É natural que a relação com os filhos se torne mais tensa, mais vulnerável. 

Uma criança que frequentemente vê a mãe explodir pode começar a sentir medo, insegurança, ou até mesmo se afastar emocionalmente, construindo uma barreira de proteção. 

Essa distância dói em nós, mães, e também nelas

Mas aqui está a parte mais importante e cheia de esperança: a relação com a sua filha é construída dia após dia, tijolo por tijolo. E isso significa que sempre, sempre há espaço para reescrever essa história, para melhorar, para reparar.

A forma como lidamos com esses momentos ensina muito mais do que palavras. Ao mostrar para sua filha que você erra, mas está disposta a melhorar, você constrói uma relação baseada em confiança, amor e respeito.

mãe sem paciência com a sua filha pequena e ao fundo a casa toda bagunçada

Entendendo os gatilhos: o que tira a sua paciência

Um dos segredos mais profundos para cultivar mais paciência não está em técnicas complicadas, mas em algo muito mais pessoal: conhecer-se melhor. É um mergulho honesto nas suas próprias reações e limites.

Pergunte-se, com toda a honestidade e sem julgamento:

  • Em quais momentos você costuma perder o controle?
  • Quais situações te deixam mais estressada?
  • Você está descansando e cuidando de si?

Essas respostas ajudam a identificar os gatilhos que te fazem reagir de forma exagerada. Assim, você consegue se preparar e ter mais controle da situação.

A importância do autocuidado materno para ter mais paciência

Quantas de nós crescemos com a crença (e a pressão) de que precisamos estar disponíveis 100% do tempo para os nossos filhos? Essa ideia de uma entrega total, sem pausas, infelizmente não é apenas irreal, é também profundamente insalubre.

O cansaço acumulado aumenta a irritação e faz com que qualquer comportamento da criança se torne difícil de lidar. 

Que tal reservar apenas 10 minutos do seu dia para você? Pode ser para respirar conscientemente, tomar um banho relaxante (mesmo que rápido!), mergulhar em algumas páginas de um livro, ouvir uma música que te acalma ou simplesmente ficar em silêncio, deixando a mente se reorganizar. 

Lembre-se, e internalize essa verdade: cuidar de você é a forma mais poderosa de cuidar da sua filha.

Uma mãe que está nutrida e emocionalmente equilibrada tem muito mais para dar, mais paciência para oferecer e mais amor para transbordar.

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Técnicas simples para manter a calma com a sua filha

Agora que você já identificou seus gatilhos e entende a importância do autocuidado, vamos para a prática! Aqui estão estratégias testadas e aprovadas para aqueles momentos cruciais em que a paciência está por um fio e você sente que não consegue ter paciência com sua filha.

Respire antes de falar

Quando sentir que vai perder o controle, pare por alguns segundos. Feche os olhos, conte até 10 e respire fundo. Essa pausa ajuda sua mente a se reorganizar e evita que você diga ou faça algo de que possa se arrepender de ter dito ou gritado com a sua filha.

Afaste-se por alguns segundos

Se o ambiente estiver tenso, saia por um minuto. Esse afastamento curto permite que você recupere a calma antes de retomar a conversa ou a correção com sua filha.

Fale menos e com calma

Em momentos de estresse, falar menos e usar um tom de voz firme faz toda a diferença. Isso mostra controle e ensina à criança como lidar com conflitos de forma saudável.

Use frases neutras

Troque gritos por frases como “Vamos conversar quando eu me acalmar”. Isso ensina sua filha a lidar com emoções e reforça que é possível resolver problemas sem gritar.

Baixe o tom de voz propositalmente

Falar mais baixo quando está irritada ajuda a controlar as emoções e surpreende a criança, que tende a prestar mais atenção.

Se afaste das telas por alguns minutos

Às vezes, a irritação vem de estímulos externos, como celular ou TV. Desconecte-se por 5 minutos para focar apenas em respirar e se acalmar. Além de claro, pensar melhor em uma resposta.

Como educar com firmeza sem perder o controle

Ser uma mãe firme e gentil é o equilíbrio que muitas de nós buscamos. E essa firmeza, entenda, não tem nada a ver com ser autoritária.

É sobre guiar, proteger e ensinar, com amor e respeito. Estabelecer limites claros é, sim, essencial para que a criança compreenda o que pode e o que não pode fazer, mas o ‘como’ fazemos isso é que define a qualidade da nossa relação.

  • Explique para a sua filha o porquê das regras (mas não absolutamente tudo, pra também não virar bagunça e sua filha questionar absolutamente tudo, saiba ponderar;
  • Reforce todos os comportamentos positivos que ela tem;
  • Use o diálogo, mas mantenha sua palavra;
  • Evite comparações e rótulos como “você é teimosa”. Prefira “essa atitude não está certa”.

Isso ajuda sua filha a entender que você está corrigindo comportamentos, não a personalidade dela. E isso faz toda a diferença…

mãe sorrindo com as suas duas filhas

Criando uma rotina leve para você e sua filha

Frequentemente, a sensação de que não consegue ter paciência com sua filha tem suas raízes na sobrecarga e no caos do dia a dia. É como um copo que transborda.

Criar uma rotina equilibrada e previsível é um dos maiores aliados para reduzir o estresse, tanto para nós quanto para a sua filha, deixando os dias muito mais leves e fluidos.

  • Divida tarefas com o parceiro, familiares ou babás quando possível;
  • Reserve um momento do dia só para você, nem que sejam 10 minutos;
  • Estabeleça horários fixos para refeições, sono e brincadeiras;
  • Tenha um tempo de conexão com sua filha sem distrações (celular, TV, etc.).

Essa organização diminui as crises, porque tanto você quanto ela já sabem o que esperar daquele dia, além de trazer traz mais segurança e previsibilidade para a criança.

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Buscando apoio: você não precisa dar conta de tudo sozinha

Se, apesar de todas as estratégias, você ainda sente que está no limite, que a paciência se esvai rapidamente e o peso se torna insuportável, preciso te dizer algo fundamental: pedir ajuda não é um sinal de fraqueza.

Muito pelo contrário! É um ato de sabedoria, de inteligência emocional e de um profundo amor por si mesma e pela sua família.

E Gabriela, onde buscar essa rede de apoio vital?

  • Familiares e  amigos próximos;
  • Grupos de mães para compartilhar experiências;
  • Acompanhamento psicológico para ter suporte emocional.

Ter uma rede de apoio faz com que você se sinta mais segura e menos sozinha nessa jornada tão intensa que é a maternidade.

Precisando de orientação parental? Saiba como posso te ajudar.

Lembre-se: ser mãe não é ser perfeita

Respire fundo. Abrace essa verdade: errar faz parte da nossa humanidade, e perder a paciência de vez em quando não anula, em absolutamente nada, o amor imenso que você sente pela sua filha. Essa não é uma falha que te define como mãe.

O que realmente importa nessa jornada é a sua disposição inabalável para melhorar, para aprender com cada erro e para construir, dia após dia, uma relação de amor, confiança e respeito com a sua filha.

A maternidade não é e nunca será sobre perfeição. Ela é, em sua essência, sobre constante evolução, aprendizado e transformação.

Por isso, eu te convido: cuide de você, invista na sua saúde emocional e mental. Uma mãe que está bem consigo mesma, que reconhece seus limites e busca apoio quando necessário, consegue transbordar muito mais amor, paciência, segurança e presença para a sua filha.

Se você deseja aprofundar esse caminho de autoconhecimento, fortalecer-se emocionalmente e transformar sua relação com sua filha de dentro para fora, estou aqui para te guiar através do Maternar-se.

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